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Elevando a produtividade - eficiência reprodutiva

O incremento nos níveis de eficiência reprodutiva de um rebanho ovino é essencial para se atingir taxas de desfrute mais favoráveis, tendo impacto significante no aumento da escala de produção do sistema, mas sobretudo, na sua produtividade, o que determina diretamente a rentabilidade (lucro operacional/capital médio investido) do empreendimento, e logo, o sucesso econômico e a saúde financeira da empresa pecuária.

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A produtividade ou rendimento das culturas e criações é um fator que exerce grande influência na renda da empresa rural, de forma que a rentabilidade final da propriedade depende, não apenas do volume produzido e de seu preço de venda, mas também das produtividades obtidas.
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Considerando que produção se refere à quantidade física total de produto produzido e produtividade, a relação entre a quantidade produzida e a unidade de área na pecuária ovina de corte e os incrementos em produtividade estão diretamente relacionados ao número de cordeiros disponíveis para venda ou abate, assim como, à quantidade de animais com potencial para serem descartados em boas condições corporais.

Dessa forma, a receita final da empresa pecuária está intimamente associada à quantidade de unidades de produto disponível para comercialização.

O rendimento das criações pode ser medido de acordo com as explorações da propriedade e de acordo com os padrões adotados, sendo que para as propriedades de pecuária de corte, a taxa de desfrute compõe um dos mais importantes índices a serem considerados, uma vez que é o resultado final de diversos processos produtivos envolvendo parâmetros de cria, recria e terminação, cujas respectivas eficiências determinarão a produção do rebanho ou a quantidade de animais disponíveis para venda, conforme Figura 1.

Figura 1 - Esquematização da taxa de desfrute como resultado final de diversos eventos produtivos.

Figura 1


Por meio da Figura 1, fica evidente que a taxa de desfrute depende diretamente de diversos fatores e de suas respectivas eficiências, dentre os quais:

a) a interação entre o grupo genético e o ecossistema de produção;

b) a utilização dos recursos naturais (solo, água, clima) para a produção de forragem, determinando a taxa de lotação das pastagens e a capacidade de e da propriedade;

c) o manejo e status sanitário do rebanho, determinando a taxa de mortalidade de animais adultos e de animais no pré-desmame;

d) o ganho de peso diário como uma função da taxa de crescimento, determinando a idade ao abate;

e) o peso vivo a ser atingido pelo animal em terminação para atender as exigências do mercado comprador;

f) as diversas variáveis reprodutivas que determinarão a eficiência reprodutiva do rebanho.

Assim, a eficiência reprodutiva de um rebanho é um ponto de elevada importância na pecuária de corte, uma vez que rebanhos detentores de elevada precocidade sexual e fertilidade apresentam maior disponibilidade de animais para venda.

Como ilustrado na Figura 1, o resultado final a nível de eficiência reprodutiva depende de alguns parâmetros como taxa de concepção (TC), idade ao primeiro parto (IPP), prolificidade (PL) e intervalo de partos (IP), além da taxa de mortalidade geral do rebanho.
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Considerando modelos de sistema de produção com diferentes níveis de eficiência reprodutiva é possível visualizar claramente o impacto que a mesma apresenta sobre a taxa de desfrute de um rebanho, de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1 - Produtividade de rebanhos conforme o nível de eficiência reprodutiva.

Figura 2


A Tabela 1 simula a produtividade (em termos de número de animais abatidos por ano) de 3 sistemas de produção com:

1 - Baixa eficiência reprodutiva - IPP = 24 meses, PL = 100% e IP = 12 meses;

2 - Média eficiência reprodutiva - IPP = 24 meses, PL = 120% e IP = 8 meses;

3 - Alta eficiência reprodutiva - IPP = 16 meses, PL = 145% e IP = 8 meses.

Como é possível observar, a aplicação razoável de tecnologia associada a algumas práticas de manejo, pode proporcionar um incremento de 20% na PL e a redução em 4 meses no IP, o que é suficiente para aumentar a quantidade de animais disponíveis para abate em quase 80% em relação a um sistema extensivo de produção a campo.

Por outro lado, com um nível ainda maior de intensificação do sistema, é possível reduzir a IPP em 8 meses, elevar a PL 45% e manter o IP em no máximo 8 meses, dobrando a disponibilidade de animais para abate em relação ao sistema base, sem a necessidade de área e animais extra.

Dessa forma, o incremento nos níveis de eficiência reprodutiva de um rebanho ovino é essencial para se atingir taxas de desfrute mais favoráveis, tendo impacto significante no aumento da escala de produção do sistema, mas sobretudo, na sua produtividade, o que determina diretamente a rentabilidade (lucro operacional/capital médio investido) do empreendimento, e logo, o sucesso econômico e a saúde financeira da empresa pecuária.
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Material escrito por:

Daniel de Araújo Souza

Daniel de Araújo Souza

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting. Facebook.com/prime.asc Twitter.com/prime_asc

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Tarcisio Azevedo
TARCISIO AZEVEDO

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 12/06/2013

A taxa de desfrute média do rebanho ovino brasileiro é de apenas 1,35%...



Isso se levarmos em conta os dados do MAPA e IBGE de 2012. Onde fechamos o ano com um rebanho de 17,6 milhões de cabeças e abatemos formalmente cerca de 237,7 mil cabeças.



Aparecido Manoel dos Santos
APARECIDO MANOEL DOS SANTOS

SANTA MARIANA - PARANÁ

EM 11/05/2012

No meu entender a explicação está clara. Apenas a tabela 1, ficou um pouco confusa.
Qual a sua dúvida hoje?