Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da MilkPoint Ventures, contou com a presença de Miguel Cavalcanti, CEO da Agrotalento e do BeefPoint, em uma conversa sobre gestão de pessoas e cultura organizacional no setor agropecuário durante uma Live que aconteceu em 10/04, no Canal do YouTube do MilkPoint.
Miguel Cavalcanti foi sócio por 10 anos da MilkPoint Ventures e estará no Milk Pro Summit, em maio, falando mais sobre gerir pessoas e como uma boa gestão pode resultar em excelentes resultados. Não perca a chance de estar presente, faça sua inscrição agora mesmo.
Com uma trajetória sólida em liderança e desenvolvimento de negócios, Miguel trouxe à tona temas centrais para quem busca não apenas produtividade, mas também retenção de talentos no campo.
Um dos pontos mais discutidos foi a escassez de mão de obra, um problema histórico que, segundo Miguel, vai além da simples falta de trabalhadores. Ele aponta que a raiz da questão está na falta de preparo em liderança e gestão de pessoas. Muitos produtores ainda carecem de habilidades essenciais como recrutamento, treinamento e motivação de equipes — o que, por consequência, dificulta a atração e retenção de talentos
Cultura organizacional
Outro destaque é para a importância de ter uma cultura organizacional que promova pertencimento e orgulho nos colaboradores, destacando que esse envolvimento emocional é crucial para o bom desempenho das equipes. Nesse ponto, Marcelo trouxe uma reflexão poderosa sobre a coerência entre a cultura e a prática na gestão da fazenda. Para ele, “A pior coisa que pode acontecer é a inconsistência. Estratégia não é o que está no planejamento, é o que se faz todo dia. Se a cultura que você prega não aparece nas atitudes do dia a dia, ela perde força — e com isso, você perde as melhores pessoas.”
Evolução contínua
O desenvolvimento profissional contínuo também foi um ponto de destaque. Miguel compartilhou sua própria trajetória de aprendizado — que ele chama de "MBA do Miguel" — como exemplo prático de que todos, independentemente do cargo, devem ser estimulados a crescer, aprender e evoluir constantemente. “O mundo está mais desafiador, muitas coisas mudaram e outras tantas surgiram. Por isso, do dono ao colaborador, todos precisam se desenvolver e aumentar seu valor de mercado”, afirmou. Essa mentalidade de evolução permanente é estratégica para manter as empresas competitivas, adaptáveis e inovadoras em um cenário cada vez mais dinâmico, “Um profissional que não se moderniza há 20 anos não é um profissional de 2025 — é um profissional de 2005”, concluiu.
Por fim, ele ressaltou que inovar na gestão de pessoas vai muito além de oferecer salários competitivos. Envolve oferecer um ambiente positivo, oportunidades de aprendizado e reconhecimento genuíno. Para Miguel, o futuro do agronegócio depende, em grande parte, da capacidade dos líderes de desenvolverem suas habilidades humanas tanto quanto as técnicas.
“Sua fazenda tem que ser uma expressão da sua melhor versão. Ela tem que servir como a mensagem que você quer ar para o mundo”, acrescenta, reforçando que a chave para o sucesso sustentável do setor está em uma gestão de pessoas mais estratégica, empática e voltada para o futuro.